Por Ana Paula Santos, Márcia Brasil, RJ1
09/02/2024 14h28 Atualizado há 21 horas
Uma estudante de 16 anos disse ter sido alvo de intolerância religiosa por parte do diretor de adjunto do Colégio Estadual Barão de Mauá, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
O caso aconteceu no retorno às aulas no início desta semana, quando a aluna voltou à escola com o cabelo raspado e as guias tradicionais de Candomblé. A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) investiga o caso.
Jéssica Ribeiro foi iniciada na religião no fim do ano passado. A aluna foi autorizada a seguir os estudos pela internet, enquanto passava pelo período de reclusão religiosa.
"Assim que que eu cheguei na sala, entre risos, me perguntou se eu tinha pegado piolho, e em seguida, não contente, eu expliquei pra ele porque, ele me perguntou se eu tinha comido o ebó", contou Jéssica
A jovem tem o sonho de ser professora e escolheu a escola Barão de Mauá, porque a unidade forma profissionais de educação. Por isso, ela revela que não esperava por essa situação. Jéssica denuncia que quem fez os comentários foi o diretor adjunto, Bruno Albert.
"Me machucou muito, porque eu não tinha acreditado que aquilo tinha acontecido, principalmente por ter vindo de um corpo docente que sempre me tratou muito bem.", explica a estudante.
A família de Jéssica está recebendo apoio de autoridades e líderes religiosos. O Centro de Tradições Afro-Brasileira, o CETRAB acompanha o caso.
"Os casos são crescentes, em todo o Brasil. Nosso papel é esse, agir, orientar e buscar soluções , não é só no estado do Rio de Janeiro, não é só aqui, em [Duque de] Caxias. O nosso sagrado é tudo, como eu vou brincar com o sagrado? Porque a gente sabe que vai ferir, que isso não é brincadeira", reforça o Preisente do Cetrab, Sacerdote Supremo do Àse Idasile Ode, Marcelo Monteiro.
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